E ai pessoal? Tudo bem?
Vocês se lembram de uma cena do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" em que há um diálogo entre dois policiais, um veterano e um novato, na noite em que o Batman reaparece depois de muitos anos?
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O que aconteceu no último quadro? |
Pois bem. Essa cena é baseada na excelente graphic novel "Batman: O Cavaleiro das Trevas" ("The Dark Knight Returns") escrita e desenhada por Frank Miller em 1986. A história se passa em um futuro alternativo no qual Batman não aparece a dez anos, e ele volta a ativa no momento em que Gotham mais precisa. Aliás, eu acho que boa parte da história desse filme é baseada nessa HQ.
Mas não estamos aqui para falar do "recente" filme do Batman ou da clássica HQ, e sim para falar de sua horrorosa sequência, "Batman: O Cavaleiro das Trevas 2" ("The Dark Knight Strikes Again"). Escrota, digo, escrita e desenhada novamente por Frank Miller entre 2001 e 2002.
Confesso que quando percebi que essa HQ vinha na edição definitiva da Panini, eu tive esperança de que ela não seria tão ruim quanto todos diziam. De que ela seria inferior a primeira, mas mesmo assim poderia ser uma boa história. Eu fui otimista demais.
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A história se passa dois anos após o termino de O Cavaleiro das Trevas. A maioria dos super-heróis estão aposentados, com exceção do Superman, da Mulher Maravilha e do Capitão Marvel (Também conhecido como Shazam). A programação da TV está cheia de mulheres semi-nuas, muitas das informações dadas referente aos programas são irrelevantes e o governo não é o que parece (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência). A verdade é que há alguns vilões por trás da liderança do país e eles possuem um "acordo" com os três heróis citados que praticamente os obrigam a fazer tudo o que lhes são ordenados. Batman então retorna novamente para dar um jeito na situação.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_K4Uugtk_Ss_5BO5riOf2W1k3cJ1eveWZP43QlLgwPmDM0fJITcpxlcDNgLaNAL6bx_PTP52JJTie2mrBTO-rH9vRX7fD4UlGAolncVH53Gz2UERs1NQ5yER2jXhKrqHETTLpAEtOEHN-/s320/The_Dark_Knight_Strikes_Again_3.jpg)
Confesso que achei algumas ideias apresentadas bem interessantes, como por exemplo o Flash que está preso e é utilizado para gerar energia elétrica para todo país enquanto corre sem parar. Mas essas ideias, por mais que sejam interessantes, não foram bem executadas. A maioria dos desenhos não são nada nítidos. Fiquei um bom tempo tentando entender o que estava acontecendo, se eu estava olhando para uma sombra, para um prédio ou para uma figura abstrata. As várias cores berrantes utilizadas em um só quadro ajudam para a não compreensão do que se passa, e as várias splash pages (um quadro que ocupa a página inteira) dão a entender que Frank Miller estava enchendo linguiça. Uma vez cheguei a contar seis splash pages seguidas, e tudo poderia ser contado em uma ou duas páginas. Ele também chega a apresentar discussões políticas entre dois partidos representados por dois personagens (isso pelo que percebi), claro, dando mais razão para o partido que ele mais simpatiza. Além de mudar completamente a personalidade do Batman (aqui ele mata sem dó).
Se você estava pensando em ler essa graphic novel, um concelho: leia a já citada "Batman: O Cavaleiro das Trevas" ou o excelente "Batman: Ano Um", ambas escritas por Miller. E se mesmo assim você tiver curiosidade de ler, leia. Mas saiba que vai ser bem frustrante se comparada aos dois exemplos dados.
Porém não julguemos Frank Miller só por um (ou dois, que eu tenha contado) trabalho mal executado. Pra um cara que já escreveu duas histórias muito boas do Demolidor, escreveu sobre o embate entre o Rocobop e o Exterminador do Futuro e criou a Hq noir Sin City, ele ainda pode ser considerado um excelente quadrinista, pelo menos no passado.
Valeu gente. Até a próxima.
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